O processo de aprendizagem (e de memorização) é longo e cansativo. E quando a informação é, enfim, memorizada, o jogo ainda não está ganho. O cérebro tem uma infeliz tendência em destruir informações com uma eficiência formidável. Não podemos contar com sua memória… Então, vamos ver como funciona a Curva do Esquecimento de Hermann Ebbinghaus. Uma vez que saibamos como esse processo ocorre, saberemos como evitá-lo e… como aprender de verdade!

curva do esquecimento

Atualizado em 22.11.23

Como nossa memória funciona?

Você vai se surpreender ao saber que, na verdade, não podemos contar com nossa memória… Como mostra o gráfico a seguir, qualquer que seja a informação que tentamos memorizar, ela escapa de nosso cérebro em uma velocidade absurda… num espaço de horas. Já no segundo dia após termos estudado, podemos considerar a informação praticamente esquecida. E por que isso acontece? Na verdade, o culpado é nosso cérebro. Para não ficar sobrecarregado, ele se desfaz de informações “aprendidas” mas que não voltaram a ser usadas, como se considerasse que elas não são úteis.

forgetting curve - Courbe de l'oubli (image de smart-kit)

(imagem de um artigo do site smart-kit)

Isso significa que horas depois do término de um curso, por exemplo, nosso cérebro já deletou mais de 50% de seu conteúdo! E como sabemos disso? Graças às pesquisas científicas iniciadas por Hermann Ebbinghaus.

E o que é a curva do esquecimento?

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A curva do esquecimento de Ebbinghaus, fonte: sidsavara.com

A curva do esquecimento (ref. Wikipédia forgetting curve) é conhecida há séculos, mas fico boquiaberto com o fato de que poucas pessoas a conhecem. Ela poderia economizar horas de estudos gastas durante a aprendizagem. Essa curva foi estudada e explicada por Hermann Ebbinghaus em 1885. Esse cientista queria saber determinar o ritmo em que nosso cérebro esquece uma informação. Para fazer isso, ele criou um estudo sobre a memorização de conjuntos de letras que não faziam sentido, como “IFD”, por exemplo.

Depois, traduziu os resultados desse estudo em uma curva, que veio a ser conhecida como a curva do esquecimento. O que ela descreve é o declínio da informação em nossa memória, ou a velocidade com que nossa memória esquece uma informação pouco tempo após ela ter sido, teoricamente, aprendida.

As evidências levantadas por H. Ebbinghaus mostram que, para que uma informação realmente passe a fazer parte de nossa memória de longo prazo, há dois pré-requisitos: a qualidade da aprendizagem — a informação deve ser apresentada de forma clara — e a repetição. Essa curva mostra que não basta aprender e repousar sobre os louros. É preciso estimular sua memória ao longo de um certo período de tempo para não esquecer o conteúdo aprendido. É este, justamente, o princípio do Sistema de Repetição Espaçada.

O Sistema de Repetição Espaçada: para preencher os espaços vazios da sua memória!

O processo de memorização é baseado em três grandes etapas: a Codificação, a Consolidação e a Recuperação. A Codificação é a fase de organização e processamento de uma informação com a qual tivemos contato pela primeira vez, como, no caso do aprendizado de idiomas, uma nova palavra ou frase. A segunda etapa, a Consolidação, corresponde ao momento em que colocamos essa informação ou esse novo vocabulário em nossa memória. O momento em que ela é estocada em nosso cérebro. Os trabalhos de Ebbinghaus e sua curva do esquecimento nos permitiram ver que um dos métodos mais eficazes para consolidar uma informação é repeti-la no momento em que estamos prestes a esquecê-la. Essa descoberta científica foi o que originou o Sistema de Repetição Espaçada.

Para explicar rapidamente, o Sistema de Repetição Espaçada se baseia no fato de que o cérebro será levado a repetir uma informação (uma determinada palavra em um idioma estrangeiro) de forma a fazer com que ela fique armazenada na memória. Para dar um exemplo de como isso funciona, imagine que você está escrevendo na areia. Quanto mais você reforçar o traço, mais profundo ele ficará gravado na areia. Da mesma forma, quanto mais você repassar uma palavra de vocabulário, mais ela ficará ancorada em seu cérebro.

O ritmo ideal

No entanto, para que essa informação seja realmente retida, é necessário um ritmo preciso de aprendizagem… que fará você rever o conteúdo em questão justamente antes de esquecê-lo.

Já a Recuperação, última dessas três grandes etapas, corresponde à possibilidade de acessar uma informação. Ou seja: de recuperá-la para o uso quando necessária, o que só é possível se ela realmente estiver gravada em nossa memória de longo prazo.

O uso desse método, o Sistema de Repetição Espaçada, é justamente um dos diferenciais dos aplicativos MosaLingua para aprender idiomas. Com eles, você aprende uma palavra e é levado(a) a repeti-la quantas vezes for necessário, e no momento correto, para garantir sua integração à sua memória de longo prazo.

Se você quer saber mais sobre o assunto e entender a importância do momento correto de revisar uma informação, confira a segunda parte do nosso artigo clicando sobre a imagem a seguir. Boa leitura!

Sistema de Repetição Espaçada