As línguas de sinais são uma forma incrível de comunicação, repleta de história e curiosidades que surpreendem muita gente. Da origem deste tipo de comunicação baseada em gestos, no século V Antes de Cristo, até o fato de que mesmo as línguas de sinais têm regras gramaticais e gírias próprias. Confira os 15 fatos curiosos sobre as línguas de sinais que reunimos pra você e, depois, conte pra gente quantos deles foram novidade pra você!

línguas de sinais

1. Línguas de sinais: primeira referência histórica

Os primeiros registros do uso de línguas de sinais datam do século V a.C.  O filósofo grego Platão, em seu diálogo ‘Crátilo’, mencionou que “se não tivéssemos voz ou língua, usaríamos sinais com as mãos e o corpo para nos comunicar”. Essa foi a primeira referência histórica de que se tem notícias do uso de uma língua de sinais!

2. Proibição de uso

Em 1880, durante o Segundo Congresso Internacional sobre a Educação de Surdos, realizado na cidade italiana de Milão, a educação oral foi considerada superior à manual. Como resultado, a língua de sinais foi proibida em escolas para surdos. Nos Estados Unidos, essa proibição só foi oficialmente revogada em 2010.

3. Línguas de sinais, no plural!

Ao contrário do que muita gente pensa, não existe apenas uma língua de sinais. Hoje, há cerca de 300 línguas de sinais diferentes ao redor do mundo. Cada uma desenvolvida em diferentes comunidades e, em alguns países, há mais de uma língua de sinais em uso.

4. A busca pela padronização

Embora não exista uma língua de sinais universal, há esforços internacionais para criar uma língua de sinais padronizada. Uma forma internacional chamada “Gestuno” é usada em eventos globais, como a Surdolimpíada, para facilitar a comunicação entre diferentes países.

5. Existem línguas de sinais específicas para áreas de conhecimento

Existem sinais especializados para áreas como tecnologia, ciência e matemática. O papel destas línguas de sinais é facilitar a comunicação de conceitos complexos entre profissionais surdos.

6. A carreira de intérprete

Tornar-se um intérprete de língua de sinais demanda uma longa preparação. A formação de um intérprete qualificado pode levar até 7 anos. Por outro lado, no dia a dia, a profissão tem seus benefícios. Os intérpretes trabalham por no máximo 30 minutos seguidos; depois disso, devem fazer uma pausa.

7. A gramática das línguas de sinais

Pois é… se você estava considerando aprender uma língua de sinais para fugir da gramática, essa estratégia não vai funcionar! As línguas de sinais também são regidas por regras gramaticais; que segue regras próprias, diferentes das línguas faladas.

A Língua de Sinais Americana (ASL), por exemplo, utiliza a estrutura assunto – comentário, contrastando com a ordem Sujeito-Verbo-Objeto de línguas como o português e o inglês, entre outras.

8. Expressões faciais e linguagem corporal

As línguas de sinais vão além dos gestos das mãos. Expressões faciais e movimentos corporais desempenham um papel fundamental na comunicação, adicionando contexto e significado aos sinais.

9. Gírias e expressões idiomáticas

Assim como nas línguas faladas, gírias e expressões idiomáticas também existem nas línguas de sinais. Um exemplo em ASL é a expressão “train-go-sorry”, equivalente a “perdeu a oportunidade” em inglês.

10. Uma bandeira própria

A comunidade surda internacional tem sua própria bandeira. Desde 2014, essa criação do artista surdocego francês Arnaud Balard representava a Associação Francesa de Surdos e, em, 2023, foi escolhida também como símbolo da comunidade surda internacional. A mão estilizada, representa tanto a lingua de sinais quanto o membro usado pelos surdos para se comunicarem. Seus cinco dedos fazem alusão aos cinco continentes.

Assim como acontece com as bandeiras dos países, as cores usadas nesta também têm sua significação, sendo que o azul turquesa representa a própria língua de sinais; o amarelo, a esperança e o azul escuro, a própria surdez e a humanidade.

bandeira da comunidade surda

11. O uso pelos bebês

Outro fato curioso, que surpreende muita gente, é que os bebês podem aprender a língua de sinais antes de aprenderem a falar. Como os músculos das mãos de um bebê se desenvolvem mais rapidamente do que os da boca, a língua de sinais pode ser uma ótima opção para a comunicação precoce.

Por isso, em todo o mundo, existem pais e mães que já usam esta forma de comunicação mesmo com bebês que ouvem normalmente.

12. Lesões cerebrais afetam a linguagem de sinais

Assim como nas línguas faladas, lesões no cérebro podem prejudicar a capacidade de sinalizar. Quando ocorrem, elas geralmente causam dificuldades em relação ao uso da gramática e da estrutura dos sinais.

14. Os “sinais de nome”

Em vez de soletrar nomes, sinalizadores utilizam um único sinal que representa o nome de uma pessoa. Esses “sinais de nome” geralmente são baseados em características físicas ou em traços de personalidade de cada pessoa.

14. Benefícios cognitivos

Estudos mostram que aprender a língua de sinais melhora as habilidades cognitivas e a percepção espacial, e pode até ajudar na aprendizagem de outras línguas faladas.

15. A língua de sinais mais usada no mundo

Ao contrário do que muitos pensam, a Língua de Sinais Indo-Paquistanesa é a mais usada no mundo. Segundo dados do Ethnologue, uma publicação anual especializada em estatísticas relacionadas ao uso das diversas línguas em todo o mundo, esta variante das línguas de sinais contava, em 2019, com cerca de 6,3 milhões de usuários.

Em segundo lugar estaria a Língua de Sinais Chinesa, com cerca de 4 milhões de usuários (dados de 2021) e, em terceiro, segundo dados levantados em 2016, a Língua de Sinais Indonesiana, com 900 mil usuários.

Libras: A Língua Brasileira de Sinais

No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais, ou Libras, é a forma de comunicação visual utilizada pela comunidade surda. Libras foi oficialmente reconhecida como meio legal de comunicação e expressão no Brasil pela Lei 10.436 de 2002.

Embora tenha sua própria gramática e estrutura, Libras não é apenas uma “tradução” do português falado — ela tem uma sintaxe única e expressões próprias. Além disso, a Libras varia de região para região, refletindo a diversidade cultural do Brasil.

Ainda de acordo com estimativas do site Ethnologue, a Libras seria a 5a língua de sinais mais usada no mundo. Os dados, de 2019, apontam para cerca de 600 mil usuários. No mesmo ano, a Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo IBGE trouxe números interessantes sobre o uso da Língua Brasileira de Sinais.

De acordo com a Pesquisa:

  • Apenas 1,8 % dos brasileiros que sofrem com alguma dificuldade de ouvir (perda leve a moderada da audição) dominam a Língua Brasileira de Sinais.
  • Já entre o grupo que tem grande dificuldade de ouvir (moderadamente severa a severa), o conhecimento é um pouco maior: 3% alegaram saber usar a Libras.
  • E  entre o grupo que alega não conseguir ouvir de modo algum, 35,8% sabem usar a Língua de sinais.

Língua Brasileira de Sinais

 

[VÍDEO] 15 fatos curiosos sobre as línguas de sinais

Se você prefere vídeo, confira este que a Lisa Joy gravou pra você. O vídeo está em inglês, mas oferece legendas. Para habilitar as suas, basta clicar no ícone da engrenagem, no canto inferior direito do vídeo.

Você também pode optar por assistir ao vídeo diretamente aqui, no nosso canal do YouTube. Lá, vai encontrar centenas de outros vídeos interessantes e úteis para quem aprende idiomas!

Para ir mais longe, confira também